Postado por admin em 25/set/2024 -
Convidamos todos e todas para a V Jornada Discente de Pesquisas do ntc a se realizar nos dias 2 e 4 de outubro na sala 212-C do Instituto de Letras da UFF a partir das 13h.
Confira a programação completa e o caderno de resumos.
Haverá certificado para ouvintes. Basta aparecer.
Postado por adalbertomuller em 29/out/2023 - Sem Comentários
24/11/2023 Instituto de Letras UFF sala 218C
O Simpósio Literatura, Tradução e Cosmologias Indígenas reúne pesquisadores das áreas de teoria literária, literatura brasileira, tradução, antropologia e comunicação, unidos em torno de uma proposta de atualizar o debate sobre as diversas fronteiras e formas de contato e diálogo da cultura letrada brasileira com as cosmologias dos povos originários do Brasil. Dos Tupinambás ancestrais aos atuais Kuikuro, dos Krahô aos Kaiowá, dos Marubo aos Mbyá, muito pouco ainda sabemos do pensamento desses povos, sobretudo para fora do campo da etnografia e da antropologia. E o pouco que sabemos se deve aos intrépidos pesquisadores (em geral etnólogos especializados) e seus interlocutores nativos, que se dedicaram a estudar e dar a conhecer, em um trabalho colaborativo, algumas dentre as mais de 250 línguas e centenas de dialetos faladas em “nosso” território. A presença de representantes das vozes ancestrais na cena política, intelectual e artística torna necessário que ampliemos esse esforço e o coadunemos com as suas demandas.
Assim, nas últimas décadas, a tradução dos “textos” indígenas passou a ser um problema de grande relevância para a antropologia brasileira, sobretudo daquilo que a antropologia nomeou como artes verbais – e que os estudos literários classificaram o mais das vezes com os conceitos, nem sempre adequados para o caso, de “literatura oral” ou “performance”.
Na história da literatura brasileira, algumas línguas e culturas da família tupi-guarani foram sendo descritas e usadas, ao passo que foram deixando marcas de uma inscrição nas obras dos catequizadores como Anchieta e Nóbrega, ou dos indianistas com Alencar e Gonçalves Dias, inscrição essa que uma leitura “a contrapelo” tenta elucidar.
Nesse contexto, a questão da Antropofagia tupinambá atravessou a história de narrativas de viagem, poemas, romances, manifestos literários, até se tornar uma das matrizes do pensamento brasileiro, desembocando nos desafios abertos pelas posições teóricas do perspectivismo ameríndio. Novas formas de transcrição e edição das palavras ancestrais também vão abrindo novos caminhos de comunicação entre mundos tão estranhos e ao mesmo tempo tão familiares e tão necessários à compreensão das nossas raízes e à luta contra a devastação ambiental.
Enfim, ainda mais recentemente, poetas e tradutores contemporâneos têm pensado e praticado a tradução de textos indígenas a partir de um diálogo com etnógrafos e estudiosos de línguas indígenas. Em alguns casos, novas formas e práticas de transcrição e tradução vão incluindo a tão necessária dimensão colaborativa dos próprios indígenas, que tendem a assumir, esperamos, o protagonismo na cena de transcrição e de transcriação das próprias vozes ancestrais. A relação entre o “original” e a “tradução”, nesse caso, torna-se mais rica, e, ao mesmo tempo, cria um campo novo de reflexão para a própria teoria da literatura e da tradução, sobretudo quando se considera a multiplicidade de línguas e culturas que vivem e convivem no continente brasileiro e latinoamericano.
O Simpósio Literatura, Tradução e Cosmologias Indígenas é, assim, um terreno circular de posições epistemológicas, que quer promover, no ambiente da pesquisa acadêmica, o acesso àquelas ontocosmologias indígenas que muitas vezes se contrapõem radicalmente ao princípio formador da própria ideia de universidade, ou seja, o universalismo e o cosmopolitismo forjados no Mediterrâneo e na Europa. Mas nesse terreiro, a prioridade é dada às múltiplas expressões da arte verbal, daquilo que emana dos corpos múltiplos dos xamãs – ou pajés, ou nhanderus e nhandesys – mas que já é uma encruzilhada de concepções de mundo ancestrais. E, também, daquilo que chega ou pode chegar até nós na página escrita ou impressa, ou até mesmo numa nova performance, graças ao trabalho desses outros atravessadores de mundos que são os tradutores.
Por fim, é quase desnecessário, mas urgente dizer que o Simpósio Literatura, Tradução e Cosmologias Indígenas é um espaço de reflexão e de ação, no qual se espera produzir ferramentas conceituais e modos de agência que possam se contrapor à aceleração do antropo-/ou/capitaloceno, que vai queimando dia a dia, numa velocidade avassaladora, milhares de bibliotecas humanas, animais, vegetais e minerais.
Este evento contava inicialmente com a participação de indígenas como conferencistas e convidados. Contudo, apesar de selecionado por mérito num edital recente de agência de fomento, o simpósio não recebeu recursos, e não foi mais possível financiar a vinda dos convidados indígenas, já que todos os participantes vieram com recursos próprios, ou usando grants de pesquisa, o que impossibilitou o apoio de palestrantes indígenas com verba pública – como deve ocorrer em tais eventos.Salientamos que os pesquisadores que participarão deste simpósio desenvolvem seus trabalhos de modo colaborativo com os povos que estudam. Idealmente, numa segunda edição deste simpósio, que esperamos aconteça com financiamento das agências de fomento à pesquisa, pesquisadores indígenas serão novamente convidados e integrarão este projeto, como deve ser. Decidimos manter a realização do evento convidando pesquisadores locais, ou pesquisadores que poderiam dispor de recursos pessoais (ou grants de pesquisa), justamente para consolidar institucionalmentea formação de um grupo de pesquisa, e assim aumentar as chances de fomento para a participação de indígenas no que esperamos seja o desdobramento deste evento inicial.
PROGRAMAÇÃO
Mesa de Abertura: 10:30-11:20
Marco Lucchesi (ABL/Biblioteca Nacional)
José Luís Jobim (PPG Estudos de Literatura UFF)
Mesa 1 : 11:30-14:00
Literatura e artes verbais indígenas:
da inscrição histórica à tradução (Tupinambá, Guarani Mbyá, Kuikuro)
Alexandre Nodari (UFSC)
Adalberto Müller (UFF)
Bruna Franchetto (UFRJ – Museu Nacional)
intervenção:
Álvaro Silveira Faleiros (USP)
Mesa 2: 15:00-17:30
Xamanismo, tradução e ontologias indígenas:
mediações entre mundos (Krahô, Marubo, Guarani Kaiowá)
Ian Packer (USP/Posdoc)
Pedro Niemeyer Cesarino (USP)
Luciana de Oliveira (UFMG)
Intervenção:
Guilherme Gontijo Flores (UFPR)
apoio
Teatro monan: pressupostos da recepção e tradução das peças em tupi de Anchieta
O que vou apresentar faz parte de uma pesquisa mais ampla, que se desdobra em duas frentes conectadas: 1) a primeira é um estudo aprofundado do teatro em tupi do Padre Anchieta, das estratégias jesuíticas mobilizadas às práticas tupinambá retratadas, do léxico da língua nativa presente no texto original às suas diferentes traduções (distintas, porém, tão familiares entre si); 2) a segunda (frente) é a realização, junto com Guilherme Gontijo Flores, de uma nova tradução do chamado Auto de São Lourenço, que busca, ao contrário das versões existentes, traduzir não tanto o que os jesuítas quiseram dizer quanto o que os nativos puderam ouvir: se Anchieta e seus irmãos, como parte do seu projeto de tradução cultural, tentaram jogar no terreno (língua, concepções e práticas) do inimigo, do “contrário”, apostando nos equívocos, o que estamos tentando fazer consiste justamente em tomá-los ao pé da letra, fazê-los aflorar. Nessa ocasião, especificamente, me deterei em um recorte singelo dessa pesquisa: o modo como as peças em tupi de Anchieta aparecem na historiografia, crítica e tradução, e os pressupostos que guiam esse tipo de leitura mais ou menos uniforme em seus princípios. Como se verá, só tratarei da recepção recente, de 1950 para cá, pois, embora a peça tenha sido de fato encenada no século XVI, como sabemos pelos relatos jesuíticos, o seu conteúdo só foi integral e fielmente transcrito, a partir dos cadernos de Anchieta, no final da década de 1948 por Maria de Lourdes Paula Martins. Por fim, a palavra tupi que aparece no título da minha fala, monan, significa mexer, misturar, confundir, mas também borrar, e a razão da sua escolha para caracterizar o teatro em tupinambá de Anchieta e a historiografia a seu respeito ficará, espero, clara ao longo da exposição.
Alexandre Nodari é professor de literatura brasileira da Universidade Federal de Santa Catarina e dos Programas de Pós-Graduação em Literatura, da mesma instituição, e em Letras e em Filosofia da Universidade Federal do Paraná, e bolsista de produtividade em pesquisa 2 do CNPq. Foi professor do Departamento de Literatura e Linguística da UFPR de 2015 a 2022. Fundador e coordenador do SPECIES – núcleo de antropologia especulativa (http://speciesnae.wordpress.com/).Co-ministrou, com Eduardo Viveiros de Castro, o seminário de pós-graduação “Do matriarcado primitivo à sociedade contra o Estado: cartografia da hipótese antropofágica?” no Museu Nacional/UFRJ (2012). Em 2011, co-ministrou algumas sessões do seminário de pós-graduação (na UBA) “Sacro Poder”, a cargo de Fabián Ludueña e Emanuele Coccia.
O que é literatura nas cosmologias Mbyá e Kaiowá? O revelador e a aguarrás da tradução.
Os cantos, rezos, narrativas míticas, discursos rituais e depoimentos de indígenas transcritos pelos etnógrafos sempre integraram o corpus da antropologia como documentos que integram necessariamente a totalidade das relações entre natureza e a cultura dos povos originários. O que significa, portanto, ler esses textos fora do seu contexto de origem e de uso, e, ainda por cima, traduzidos para idiomas ocidentais, como lemos os textos literários de outros países e épocas históricas? O que se ganha e o que se perde nesse deslocamento? Poderiam tais “textos” integrar uma literatura nacional, como a brasileira? Até que ponto os textos que compõem as cosmologias (ou cosmogonias) dos povos indígenas que viveram e/ou vivem no Brasil podem integrar o corpus da literatura brasileira? Partindo da ideia de uma inscrição das línguas e culturas tupi-guarani em textos de autores canônicos da literatura Brasileira (de Anchieta a Wilson Bueno), queremos mostrar que a tradução que enfatiza o poético subjacente a esses textos pode agir como um revelador (como o fotográfico) daquilo que, neles, se aproxima de alguns conceitos essenciais da teoria literária. Do mesmo modo, a falta de uma reflexão sobre tradução e literatura pode agir, inversamente, como a aguarrás, eliminando ou apagando dos textos indígenas essas mesmas características literárias. Serão discutidas traduções próprias e alheias das etnias Guarani Mbyá e Guarani Kaiowá.
Adalberto Müller é escritor, tradutor e professor associado de teoria da literatura na UFF. É Pós-doutor pela Universidade de Yale. Traduziu obras de Francis Ponge, e.e. cummings, Paul Celan e, mais recentemente, a Poesia Completa de de Emily Dickinson (Editora da UnB e Editora Unicamp, 2. vol.). Preparou, com Douglas Diegues, a edição crítica de Mar Paraguayo (Iluminuras, 2022). Desde 2020 dedica-se ao estudo das línguas Guarani, Mbyá e Kaiowá, e atualmente desenvolve um projeto na FAPERJ (CNE) sobre as relações da literatura brasileira com línguas e culturas tupi-guarani.
Traduções que afloram: exercícios das vísceras de uma língua
Traduzimos, sempre, sem parar. Desde que comecei as minhas andanças entre línguas, traduzi, sempre, sem parar. A consciência do que estava fazendo como tradutora amadora foi aflorando ao longo da pesquisa sobre e em torno de uma língua originária até então desconhecida – Kuikuro, família karib – a partir do meu primeiro encontro com ela em 1977. Não me tornei uma tradutora “profissional”, traduzir era preciso, tarefa inevitável: tradução de sons em escrita (alfabética), de palavras de uma língua aglutinativa, de enunciados, de discursos. Outra morfologia, outra gramática, outra semântica, outra pragmática. O trabalho tradutivo foi se tornando objeto de reflexão metalinguística, interlinguística, intralinguística. Camadas de tradução foram se sobrepondo no tempo, numa sucessão sem término, frustrações, sucessos temporários, barreiras do intraduzível. É deste longo processo, em aberto, que trago alguns exercícios de tradução em camadas sem fim, de enunciados a “textos” de artes verbo-musicais (narrativas, discursos cerimoniais, cantos), do interior profundo de uma língua. Os Kuikuro são hoje escritores, transcritores, tradutores. Trabalhamos em regime colaborativo de trocas de conhecimentos, também infindável.
Bruna Franchetto é professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional e Bolsista PQ Sênior do CNPq. Começou suas pesquisas sobre e em torno da língua Kuikuro, falada pelo povo homônimo do Alto Xingu, em 1977. Outras línguas originárias surgiram no caminho, com suas fonologias, morfologias, sintaxes, semânticas, artes verbais. É coorganizadora do livro Índio não fala só Tupi: uma viagem pelas línguas dos povos originários no Brasil (2020, Editora 7Letras) e coautora do livro Línguas Indígenas e Gramática Universal (2019, Editora Contexto).
Uma retradução-ñemokandire do Ayvu Rapyta- a cosmopoética tradutória de Adalberto Müller.
Neste estudo refletimos sobre o projeto tradutório de Adalberto Müller para o poema guarani Ayvu Rapyta, à luz de suas reflexões sobre a cosmovisão guarani e comparando-a às traduções brasileiras anteriores feitas a partir dos estudos de León Cadogan.
Álvaro Silveira Faleiros é doutor em Letras pela Universidade de São Paulo e professor titular em Poética da Tradução pela mesma instituição. É bolsista produtividade do CNPq. Poeta e tradutor, tem como principal área de pesquisa a tradução de poesia no Brasil. Seus mais recentes livros de poemas são Caracol de nós e À flor do mal, ambos publicados em 2018 pelo selo Demônio Negro. Como tradutor publicou, entre outros, Feitiços [charmes], de Paul Valéry (com Roberto Zular, Iluminuras, 2020), Caligramas de Guillaume Apollinaire (Ateliê/UnB, 2ed2019) e Um lance de dados, de Mallarmé (Ateliê, 3ed 2023). Como crítico de tradução suas principais publicações são: Perspectivas de la traducción poética en Brasil (México, E1, 2022); Traduções canibais: uma poética xamânica do traduzir (Cultura e Barbárie, 2019), também lançado na Colômbia em 2019, numa coedição Editorial Universidad de Los Andes e Editorial Universidad de Antioquia; A retradução de poetas franceses no Brasil: de Lamartine a Prévert (com Thiago Mattos, Rafael Copetti, 2018) e Traduzir o poema (Ateliê, 2012)
Em torno da tradução dos cantos saiti marubo
A apresentação tratará de refletir sobre traduções em andamento de narrativas míticas cantadas (saiti) dos Marubo (falantes de Pano da Terra Indígena Vale do Javari), com as quais tenho trabalhado ao longo dos anos. Buscarei apresentar e discutir novas transcrições em processo de trabalho que deverão compor um segundo volume da antologia de tais narrativas publicadas por mim em 2013.
Pedro de Niemeyer Cesarino é professor do Departamento de Antropologia da FFLCH/USP. Publicou Oniska – poética do xamanismo na Amazônia (Perspectiva, 2011) e Quando a Terra deixou de falar – cantos da mitologia marubo (Editora 34, 2013), entre outros livros e artigos. É também autor dos livros de ficção Rio Acima (Companhia das Letras, 2016) e A Repetição (Todavia, 2023).
Linjaguar: circulação, poética e tradução de cantos krahô (Brasil central)
Trata-se de apresentar alguns dos critérios que orientam um projeto (em curso) de tradução poética de cantos rituais krahô, povo falante de uma língua Jê e que vive no norte do estado do Tocantins). Apesar de serem bastante concisos, tais cantos colocam uma série de desafios à tradução, em razão da presença de muitas palavras sem sentido, de distorções fonológicas e de outros elementos verbomusicais que opacificam sua compreensão. Seguindo propostas feitas por Jerome Rothenberg e, mais recentemente, por Gontijo Flores & Capilé (2022), proponho por meio da discussão de alguns casos concretos que tais características não devem ser abandonadas, e sim que elas podem ocupar o centro da tradução.
Ian Packer é pós-doutorando do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo. Doutor em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (2020) e pesquisador do GAIA: Núcleo de Estudos dos Povos da Terra (UFES), do Centro de Pesquisa em Etnologia Indígena (UNICAMP) e do Centro de Estudos Ameríndios (USP). Realiza pesquisas nas áreas de etnologia indígena, com ênfase em antropologia linguística, teoria do ritual, poética e tradução das artes verbais ameríndias.
A palavra entre mundos
Falaremos da partilha de uma experiência de co-criação do livro bilíngue (Guarani e Português), Ñe’ē Tee Rekove/Palavra Verdadeira Viva, organizado pelo rezador Valdomiro Flores (Ava Apyka Renda Jurua), pela rezadora Tereza Amarília Flores (Kuña Jeguaka Rory) e por Luciana de Oliveira (Kuña Jeguaka Renda), produzido em colaboração com o povo Kaiowá do território retomado de Guaiviry Yvy Pyte Yjere (Mato Grosso do Sul/Brasil). Serão apresentadas algumas das escolhas e negociações intermundos em torno: 1) da transcriação do oral ao escrito; 2) da tradução interlinguística (entre idiomas), interétnica (entre povos e culturas), intersemiótica (entre linguagens e formas expressivas) e o interperspectivo (entre formas de vida); 3) das tensões e dos afetos.
Luciana de Oliveira é pesquisadora-extensionista e professora associada no Departamento de
Comunicação Social e no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG. Tem trabalhado colaborativamente com a comunidade de Guaiviry Yvy Pyte Y Jere desde 2012 em projetos de produção e distribuição cinematográfica, audiovisual, editorial e em redes digitais. É co-organizadora do livro Ñe’ē Tee Rekove/Palavra Verdadeira Viva (2020) junto com o casal de xamãs Valdomiro Flores e Tereza Amarília Flores. É líder do Coletivo de Estudos, Pesquisas Etnográficas e Ação Comunicacional em Contextos de Risco (Corisco).
Leitura e comentário da tradução em curso do Auto de São Lourenço a partir do tupi.
Guilherme Gontijo Flores (Brasília, 1984) é poeta, tradutor e professor de latim na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Autor dos poemas de carvão :: capim (2017-2018), Todos os nomes que talvez tivéssemos (2020), Potlatch (2022), Seu dedo é flor de lótus (2023), do romance História de Joia (2019), dos ensaios Algo infiel (2017, com Rodrigo Tadeu Gonçalves, fotos de Rafael Dabul), A mulher ventriloquada (2018), Tradução-Exu (2022, com André Capilé) e Que sabe de si (2023), bem como do livro infanto-juvenil A Mancha (2020, em parceria com Daniel Kondo, com quem também realizou o projeto Coestelário), entre outros. Traduziu autores como Safo, Propércio, Horácio, Rabelais, Robert Burton, Celan, além de ter realizado o experimento de Uma A Outra Tempestade (2022, com André Capilé). Foi coeditor da revista escamandro e é membro do grupo de performance em tradução Pecora Loca.
Arte e Programação Visual (Cartaz): Amanda/Gael Guerrero
Iustrações: Cartaz: Desenho de Armando Cherõpapa Txano (Marubo), retirado do livro Oniska – A poética do xamanismo na Amazônia, de Pedro de Niemeyer Cesarino (Perspectiva, 2011); Outras ilustrações do livro Ñe’ē Tee Rekove/Palavra Verdadeira Viva, organizado por Valdomiro Flores, Tereza Amarília Flores e Luciana de Oliveira (PPGCOM/UFMG, 2020)
contato: adalbertomuller@id.uff.br
Postado por admin em 07/set/2023 -
Olá!
Convidamos todas e todos para o próximo Perdidos & Achados: ateliê de tradução e criação com a apresentação do livro Translation, Adaptation and Digital Media (Routledge, 2023) com os autores John Milton, Silvia Cobelo e Ricardo Vinicius Ferraz de Souza. A mediação será do professor Beethoven Alvarez.
14 de setembro de 2023 – 19h
via Google Meet
Inscrições por este formulário.
Enviaremos o link para participação 1h antes do evento.
Daremos certificado para ouvintes.
Resumo: Translation, Adaptation and Digital Media é um livro didático de fácil utilização para estudantes e docentes de cursos de Estudos de Tradução, Adaptação e Transmídia, assim como pesquisadores com projetos relacionados. A obra está dividida em nove capítulos, todos com secção expositiva, estudos de caso e atividades de apoio à aprendizagem. Destaca o papel central da Adaptação na tradução de obras para o mercado editorial, além do Teatro, do Cinema, do Rádio, Vídeo Games e principalmente, das novas Mídias Digitais.
Autores:
John Milton (Birmingham, UK, 1956) é Professor Titular da Universidade de São Paulo em Estudos da Tradução. Ajudou a estabelecer o Programa de Pós-Graduação em Estudos de Tradução, e foi Coordenador do Programa (2012-2016). Seu principal interesse é a teoria, história, sociologia e política da tradução.
Silvia Cobelo (Buenos Aires, 1960) é tradutora e roteirista formada na UCLA (EUA), doutora e mestre em Literatura Espanhola (FFLCH – USP), coordenadora junto com John Milton do grupo de pesquisa em estudos da Adaptação e Tradução GREAT (FFLCH-USP/CNPq).
Ricardo Vinicius Ferraz de Souza é graduado em Português/Espanhol (USP). Mestre e doutorando em Letras Estrangeiras e Tradução (USP). Também é tradutor, com experiência em tradução de videogames. Suas áreas de pesquisa incluem Videogames, Tradução, Adaptação e Localização.
Postado por admin em 09/fev/2023 -
O núcleo de tradução e criação (ntc/UFF), com o apoio da Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (POSLING/UFF), convida a todos e todas para o minicurso “Ler e escrever haikai no Ocidente: desde Pound até Manoel de Barros” com o professor e tradutor Giorgio Sica, da Universidade de Salerno, Itália.
Inscrições gratuitas através deste formulário.
Esse curso propõe uma pequena viagem na história do encontro entre o Japão e o Ocidente, com um enfoque particular na recepção do haikai na Europa e Estados Unidos e, anos mais tarde, no Brasil. O haikai mudou sensivelmente a maneira de escrever e até mesmo a ideia de poesia no Ocidente do século XX. Aprenderemos a analisar e entender as diferenças entre o modelo japonês e as suas variações ocidentais. Ao final, cada um dos participantes aprenderá a escrever um haikai.
Giorgio Sica ensina Literatura Comparada e Literatura Italiana Moderna e Contemporânea na Universidade de Salerno. Traduziu para o italiano o Livro sobre Nada de Manoel de Barros e uma antologia de Paulo Leminsky e, do italiano para português, poemas de Alfonso Gatto e Rocco Scotellaro. Seu primeiro livro de crítica literária, O vazio e a beleza. De Van Gogh a Rilke: como o Ocidente encontrou o Japão foi traduzido em português pela Editora Unicamp (2017). Colabora com revistas italianas e internacionais.
Datas e horários:
23/03 (quinta-feira): 15h às 18h
28/03 (terça-feira): 16h às 18h
29/03 (quarta-feira): 16h às 18h
30/03 (quinta-feira): 16h às 18h
Local:
Instituto de Letras, Bloco C – sala 505
Campus Gragoatá – UFF
Programa:
23/03: O encontro entre o Japão e o Occidente. Desde o Japonismo até o haikai.
28/03: o Haikai na literatura modernista: Pound, Cummings, Eluard, Ungaretti, Penna, Pessoa.
29/03: o Haikai na literatura contemporânea: Kerouac, Manoel de Barros, Leminski, Palanhiuk (The Fight Club).
30/03: Como escrever um haikai. Escritura e comentário dos haikais dos participantes.
Os certificados para ouvintes serão fornecidos conforme os dias e as horas cursados e serão enviados para o e-mail cadastrado em até um mês após a realização do minicurso.
Postado por admin em 25/maio/2022 -
Convidamos todas e todos para a edição comemorativa do Ateliê de Tradução e Criação “Perdidos & Achados” do Núcleo de Tradução e Criação (ntc-UFF) que será realizado no próximo dia 9 de junho, quinta-feira, às 17h. O evento ocorre presencialmente no campus do Gragoatá da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, no auditório Ismael Coutinho, sala 218, bloco C.
O encontro se constitui com uma homenagem ao poeta, tradutor e multiartista Augusto de Campos, que, em janeiro deste ano, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela UFF, a partir de um esforço conjunto do ntc/UFF, do Instituto de Letras e de seu Conselho Universitário. Neste ateliê, serão exibidos os vídeos com uma apresentação da professora Claudia Neiva de Matos e com o agradecimento proferido pelo próprio Augusto de Campos no dia da outorga do título. Em seguida, a professora Susana Kampff Lages exibirá algumas fotos e mediará um breve debate.
Além disso, o Núcleo de Tradução e Criação (ntc-UFF) e a Pontes Editores têm a honra de convidar toda comunidade para o lançamento do livro Tradução e criação: entre campos que será realizado como parte do evento. Organizado por Beethoven Alvarez e Carolina Paganine, o livro é fruto do “II Colóquio Tradução e Criação” realizado em maio de 2019 e conta com contribuições dos professores, pesquisadores, poetas e tradutores: Gonzalo Aguilar, Alessandra Vannucci, Marcelo Jacques de Moraes, Júlia Scamparini, Renata Cazarini, Emanuel Brito, Teresa Dias Carneiro, Hernán Ulm, Patrícia Lavelle e Simone Brantes. Felizes, teremos a chance agora de realizar, de forma presencial, o lançamento desta coletânea publicada no final de 2021.
Encerrando as atividades, haverá sessão de autógrafos com os autores e organizadores presentes, acompanhada de pequenos bebes comemorativos. Haverá certificados de participação para ouvintes. Apareçam!
Postado por admin em 27/abr/2022 - Sem Comentários
Convidamos a tod@s para o primeiro “Perdidos & Achados”, Ateliê de Tradução e Criação do Núcleo de Tradução e Criação (ntc-UFF) pós retomada das atividades presenciais da nossa universidade. É importantíssimo que voltemos a ocupar nossos espaços públicos, mas sem deixar de contar com as facilidades que a pandemia nos ensinou. Por isso, teremos ateliê presencial com transmissão pelo nosso canal no YouTube. O convidado é Giorgio Sica, tradutor e professor da Universidade de Salerno, Itália, que vai conversar com a gente sobre: “O vazio e a beleza – como o ocidente encontrou o Japão”. Mediação de Gabriela Neta e Emanuel França de Brito.
Sexta-feira, 29/04/22 às 14h – Sala 416 B (Gragoatá), com transmissão ao vivo pelo canal do Núcleo de Tradução e Criação no Youtube. Inscreva-se lá para receber a notificação do evento.
Haverá certificados de participação para ouvintes.
“O encontro entre o Ocidente e o Japão foi um dos fenômenos mais fascinantes do período compreendido entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX. A partir do seu livro O vazio e a beleza, o prof. Giorgio Sica contará como a arte figurativa e a poesia japonesa mudaram a consciência estética ocidental, num processo em que estavam envolvidos muitos dos maiores nomes da arte e da literatura europeia e norte-americana.”
Giorgio Sica é professor de Literatura Comparada e Literatura Italiana Moderna e Contemporânea na Universidade de Salerno. Foi bolsista de pós-graduação na Universitat de Barcelona (UB); visiting scholar na University of California at Berkeley e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); visiting professor na UNESP de Assis. A sua pesquisa vai da crítica de Dante à ficção e poesia contemporâneas, com particular interesse pelas relações entre Oriente e Ocidente.
Publicou os volumes de crítica literária Il vuoto e la bellezza. Da Van Gogh a Rilke: come l’Occidente incontrò il Giappone (Guida, 2012) que foi traduzido em português pela Editora Unicamp (2017); e Una catena tra Oriente e Occidente. Octavio Paz, la poesia giapponese e il Renga di Parigi (Oèdipus, 2014. Traduziu para o italiano o Livro sobre nada, obra prima do poeta brasileiro Manoel de Barros (Oèdipus, 2014) e, na revista Trivio, uma antologia de Paulo Leminsky. Traduziu do italiano para o português poemas de Rocco Scotellaro e de Alfonso Gatto. Publicou também três volumes de poesia: L’altra stanza della voce (Guida, 2010), Versi di mare e d’orto (Oèdipus, 2013) e Breviario per vagabondi (Ladolfi, 2018). Seus poemas, ensaios e traduções foram publicados em revistas italianas e estrangeiras.
Gabriela Martins Neta é doutoranda em Estudos de Literatura pela UFF, mestra em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP (2017) e graduada em Letras (Português e Espanhol) pela USP (2014). Desde 2010 é editora de livros didáticos e de textos literários. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira e Literatura Francesa, atuando principalmente nos seguintes temas: Jorge de Lima, vanguardas, poéticas do fragmento, diálogos com o cânone e poesia.
Emanuel França de Brito é, desde 2017, Professor de Língua e Literatura Italianas na Universidade Federal Fluminense. Atua principalmente com a obra de autores do baixo Medievo e primeiro Humanismo nas letras italianas (séculos XIII-XVI). De Dante Alighieri, traduziu e organizou o Convívio (Penguin-Companhia das Letras, 2019) e o Inferno (Companhia das Letras, 2021, com M. S. Dias e P. F. Heise). Está no prelo a sua tradução e organização de A Retórica, de Brunetto Latini (Editora 34/UFPR).
Postado por admin em 12/jul/2021 -
O núcleo de tradução criação (ntc/UFF), com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, convida para o minicurso e ciclo de palestras “Crítica de tradução” a ser realizado de 21/07 a 25/08, das 16h às 18h, por meio da plataforma Zoom e Youtube.
Os encontros são gratuitos e abertos a todos os interessados.
Serão seis encontros mediados pela profa. Carolina Paganine (ntc/POSLING/UFF) com a presença de professores e pesquisadores da área. Haverá indicação prévia de leitura para os participantes que se inscreverem como minicurso, mas será possível também assistir a palestras avulsas.
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Minicurso: certificado de 12h/aula para os inscritos que tiverem frequência mínima de 75% dos encontros. Enviaremos o link para os textos referentes a cada palestra.
Formulário para inscrições como minicurso
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Palestras avulsas: certificado de 2h/aula cada.
Formulário para inscrições palestras avulsas
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Todos os certificados serão enviados ao final do ciclo de encontros.
O link da reunião será enviado 1h antes do evento.
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PROGRAMAÇÃO
21/07: Os (des)caminhos da retradução, com Vitor Alevato do Amaral (UFF)
28/07: Várias traduções de “A cartomante”, de Machado de Assis, com Pablo Cardellino Soto (UnB)
04/08: Premiéres histoires, Toutaméia e Mon oncle le Jaguar: reflexão sobre os contos de Guimarães Rosa traduzidos na França, com Émilie Audigier (UFMA)
11/08: Crítica e tradução: o papel dos poetas na formação dos cânones da poesia no Brasil a partir de 1960, com Marlova Aseff (UnB)
18/08: Traduzindo a poesia profética de William Blake, com Juliana Steil (UFPel)
25/08: A pandemia como agente da crítica: novos paradigmas da adaptação teatral, com Renata Cazarini (UFF)
Postado por admin em 09/nov/2019 - Sem Comentários
Registro fotográfico do evento de leitura e tradução de La Locandiera, de Carlo Goldoni, realizado em 29 de outubro de 2019 no Instituto de Letras da UFF. A tradução foi realizada por alunas e alunos do curso de Letras-Italiano da UFF, sob orientação do professor Emanuel Brito.
Texto original:
GOLDONI, Carlo. Opere. Con appendice del teatro comico nel Settecento. A cura di Filippo Zampieri. Milano-Napoli: Riccardo Ricciardi, 1954 (Ed. digitale: Treccani 2013).
Tradução e leitura das cenas:
MARQUÊS: NARA IRLEY DOS SANTOS
CONDE: BIANCA MAGALHAES DE ALMEIDA
CAVALHEIRO: JEANE COSTA DOS SANTOS
SERVO DO CAVALHEIRO: BEATRIZ RIBEIRO BAZILIO DA SILVA
FABRIZIO: LIAMAR ANTUNES DE ALMEIDA
MIRANDOLINA: ROBSON FARIAS SARDINHA
Organização e apoio:
Emanuel França de Brito e Rachele Lotti
Postado por admin em 03/set/2019 -
O Núcleo de Tradução e Criação da UFF convida para uma conversa com Paula Ramos (UFRGS) sobre a antiga Livraria do Globo, editora responsável pela publicação, pela primeira vez em língua portuguesa, de autores referenciais da literatura internacional, como James Joyce, Virginia Woolf, Thomas Mann e Marcel Proust. Paula discorrerá sobre a pesquisa que culminou no livro A MODERNIDADE IMPRESSA – ARTISTAS ILUSTRADORES DA LIVRARIA DO GLOBO – PORTO ALEGRE (2016), agraciado com diversos prêmios, dentre os quais o jabuti 2017.
Quando: 9 de set às 16:00
Onde: UFF, campus Gragoatá, sala 218C
Evento no Facebook:
https://www.facebook.com/events/352416079034011/