SIMPÓSIO LITERATURA, TRADUÇÃO E COSMOLOGIAS INDÍGENAS

Postado por adalbertomuller em 29/out/2023 - Sem Comentários

INSTITUTO DE LETRAS/UFF

24/11/2023 Instituto de Letras UFF   sala  218C

O Simpósio Literatura, Tradução e Cosmologias Indígenas reúne pesquisadores das áreas de teoria literária, literatura brasileira, tradução, antropologia e comunicação, unidos em torno de uma proposta de atualizar o debate sobre as diversas fronteiras e formas de contato e diálogo da cultura letrada brasileira com as cosmologias dos povos originários do Brasil. Dos Tupinambás ancestrais aos atuais Kuikuro, dos Krahô aos Kaiowá, dos Marubo aos Mbyá, muito pouco ainda sabemos do pensamento desses povos, sobretudo para fora do campo da etnografia e da antropologia.  E o pouco que sabemos se deve aos intrépidos pesquisadores (em geral etnólogos especializados) e seus interlocutores nativos, que se dedicaram a estudar e dar a conhecer, em um trabalho colaborativo, algumas dentre as mais de 250 línguas e centenas de dialetos faladas em “nosso” território. A presença de representantes das  vozes ancestrais na cena política, intelectual e artística torna necessário que ampliemos esse esforço e o coadunemos com as suas demandas.

Assim, nas últimas décadas, a tradução dos “textos” indígenas passou a ser um problema de grande relevância para a antropologia brasileira, sobretudo daquilo que a antropologia nomeou como artes verbais – e que os estudos literários classificaram o mais das vezes com os conceitos, nem sempre adequados para o caso, de “literatura oral” ou “performance”.

Na história da literatura brasileira, algumas línguas e culturas da família tupi-guarani foram sendo descritas e usadas, ao passo que foram deixando marcas de uma inscrição  nas obras dos catequizadores como Anchieta e Nóbrega, ou dos indianistas com Alencar e Gonçalves Dias, inscrição essa que uma leitura “a contrapelo” tenta elucidar.

Nesse contexto, a questão da Antropofagia tupinambá atravessou a história de narrativas de viagem, poemas, romances, manifestos literários, até se tornar uma das matrizes do pensamento brasileiro, desembocando nos desafios abertos pelas posições teóricas do perspectivismo ameríndio. Novas formas de transcrição e edição das palavras ancestrais também vão abrindo novos caminhos de comunicação entre mundos tão estranhos e ao mesmo tempo tão familiares e tão necessários à compreensão das nossas raízes e à luta contra a devastação ambiental.

Enfim, ainda mais recentemente, poetas e tradutores contemporâneos têm pensado e praticado a tradução de textos indígenas a partir de um diálogo com etnógrafos e estudiosos de línguas indígenas. Em alguns casos, novas formas e práticas de transcrição e tradução vão incluindo a tão necessária dimensão colaborativa dos próprios indígenas, que tendem a assumir, esperamos, o protagonismo na cena de transcrição e de transcriação das próprias vozes ancestrais. A relação entre o “original” e a “tradução”, nesse caso, torna-se mais rica, e, ao mesmo tempo, cria um campo novo de reflexão para a própria teoria da literatura e da tradução, sobretudo quando se considera a multiplicidade de línguas e culturas que vivem e convivem no continente brasileiro e latinoamericano.

O Simpósio Literatura, Tradução e Cosmologias Indígenas é, assim, um terreno circular de posições epistemológicas, que quer promover, no ambiente da pesquisa acadêmica, o acesso àquelas ontocosmologias indígenas que muitas vezes se contrapõem radicalmente ao princípio formador da própria ideia de universidade, ou seja, o universalismo e o cosmopolitismo forjados no Mediterrâneo e na Europa. Mas nesse terreiro, a prioridade é dada às múltiplas expressões da arte verbal, daquilo que emana dos corpos múltiplos dos xamãs – ou pajés, ou nhanderus e nhandesys – mas que já é uma encruzilhada de concepções de mundo ancestrais. E, também, daquilo que chega ou pode chegar até nós na página escrita ou impressa, ou até mesmo numa nova performance, graças ao trabalho desses outros atravessadores de mundos que são os tradutores.

Por fim, é quase desnecessário, mas urgente dizer que o  Simpósio Literatura, Tradução e Cosmologias Indígenas é um espaço de reflexão e de ação, no qual se espera produzir ferramentas conceituais e modos de agência que possam se contrapor à aceleração do antropo-/ou/capitaloceno, que vai queimando dia a dia, numa velocidade avassaladora, milhares de bibliotecas humanas, animais, vegetais e minerais.

Este evento contava inicialmente com a participação de indígenas como conferencistas e convidados. Contudo, apesar de selecionado por mérito num edital recente de agência de fomento, o simpósio não recebeu recursos, e não foi mais possível financiar a vinda dos convidados indígenas, já que todos os participantes vieram com recursos próprios, ou usando grants de pesquisa, o que impossibilitou o apoio de palestrantes indígenas com verba pública – como deve ocorrer em tais eventos.Salientamos que os pesquisadores que participarão deste simpósio desenvolvem seus trabalhos de modo colaborativo com os povos que estudam. Idealmente, numa segunda edição deste simpósio, que esperamos aconteça com financiamento das agências de fomento à pesquisa, pesquisadores indígenas serão novamente convidados e integrarão este projeto, como deve ser. Decidimos manter a realização do evento convidando pesquisadores locais, ou pesquisadores que poderiam dispor de recursos pessoais (ou grants de pesquisa), justamente para consolidar institucionalmentea formação de um grupo de pesquisa, e assim aumentar as chances de fomento para a participação de indígenas no que esperamos seja o desdobramento deste evento inicial.

PROGRAMAÇÃO

Sexta, 24/11/2023

Mesa de Abertura: 10:30-11:20

Marco Lucchesi (ABL/Biblioteca Nacional)

José Luís Jobim (PPG Estudos de Literatura UFF) 

Mesa 1 : 11:30-14:00 

Literatura e artes verbais indígenas:

da inscrição histórica à tradução (Tupinambá, Guarani Mbyá, Kuikuro)

Alexandre Nodari (UFSC)

Adalberto Müller (UFF)

Bruna Franchetto (UFRJ – Museu Nacional)

intervenção:

Álvaro Silveira Faleiros (USP) 

Mesa 2: 15:00-17:30

Xamanismo, tradução e ontologias indígenas:

mediações entre mundos (Krahô, Marubo, Guarani Kaiowá)

Ian Packer (USP/Posdoc)

Pedro Niemeyer Cesarino (USP)

Luciana de Oliveira (UFMG)

Intervenção:

Guilherme Gontijo Flores (UFPR)

apoio

RESUMOS E MINI-BIOS

ALEXANDRE NODARI

Teatro monan: pressupostos da recepção e tradução das peças em tupi de Anchieta

O que vou apresentar faz parte de uma pesquisa mais ampla, que se desdobra em duas frentes conectadas: 1) a primeira é um estudo aprofundado do teatro em tupi do Padre Anchieta, das estratégias jesuíticas mobilizadas às práticas tupinambá retratadas, do léxico da língua nativa presente no texto original às suas diferentes traduções (distintas, porém, tão familiares entre si); 2) a segunda (frente) é a realização, junto com Guilherme Gontijo Flores, de uma nova tradução do chamado Auto de São Lourenço, que busca, ao contrário das versões existentes, traduzir não tanto o que os jesuítas quiseram dizer quanto o que os nativos puderam ouvir: se Anchieta e seus irmãos, como parte do seu projeto de tradução cultural, tentaram jogar no terreno (língua, concepções e práticas) do inimigo, do “contrário”, apostando nos equívocos, o que estamos tentando fazer consiste justamente em tomá-los ao pé da letra, fazê-los aflorar. Nessa ocasião, especificamente, me deterei em um recorte singelo dessa pesquisa: o modo como as peças em tupi de Anchieta aparecem na historiografia, crítica e tradução, e os pressupostos que guiam esse tipo de leitura mais ou menos uniforme em seus princípios. Como se verá, só tratarei da recepção recente, de 1950 para cá, pois, embora a peça tenha sido de fato encenada no século XVI, como sabemos pelos relatos jesuíticos, o seu conteúdo só foi integral e fielmente transcrito, a partir dos cadernos de Anchieta, no final da década de 1948 por Maria de Lourdes Paula Martins. Por fim, a palavra tupi que aparece no título da minha fala, monan, significa mexer, misturar, confundir, mas também borrar, e a razão da sua escolha para caracterizar o teatro em tupinambá de Anchieta e a historiografia a seu respeito ficará, espero, clara ao longo da exposição.

Alexandre Nodari é professor de literatura brasileira da Universidade Federal de Santa Catarina e dos Programas de Pós-Graduação em Literatura, da mesma instituição, e em Letras e em Filosofia da Universidade Federal do Paraná, e bolsista de produtividade em pesquisa 2 do CNPq. Foi professor do Departamento de Literatura e Linguística da UFPR de 2015 a 2022. Fundador e coordenador do SPECIES – núcleo de antropologia especulativa (http://speciesnae.wordpress.com/).Co-ministrou, com Eduardo Viveiros de Castro, o seminário de pós-graduação “Do matriarcado primitivo à sociedade contra o Estado: cartografia da hipótese antropofágica?” no Museu Nacional/UFRJ (2012). Em 2011, co-ministrou algumas sessões do seminário de pós-graduação (na UBA) “Sacro Poder”, a cargo de Fabián Ludueña e Emanuele Coccia.

ADALBERTO MüLLER

O que é literatura nas cosmologias Mbyá e Kaiowá? O revelador e a aguarrás da tradução.

Os cantos, rezos, narrativas míticas, discursos rituais e depoimentos de indígenas transcritos pelos etnógrafos sempre integraram o corpus da antropologia como documentos que integram necessariamente a totalidade das relações entre natureza e a cultura dos povos originários. O que significa, portanto, ler esses textos fora do seu contexto de origem e de uso, e, ainda por cima, traduzidos para idiomas ocidentais, como lemos os textos literários de outros países e épocas históricas? O que se ganha e o que se perde nesse deslocamento? Poderiam tais “textos” integrar uma literatura nacional, como a brasileira? Até que ponto os textos que compõem as cosmologias (ou cosmogonias) dos povos indígenas que viveram e/ou vivem no Brasil podem integrar o corpus da literatura brasileira? Partindo da ideia de uma inscrição das línguas e culturas tupi-guarani em textos de autores canônicos da literatura Brasileira (de Anchieta a Wilson Bueno), queremos mostrar que a tradução que enfatiza o poético subjacente a esses textos pode agir como um revelador (como o fotográfico) daquilo que, neles, se aproxima de alguns conceitos essenciais da teoria literária. Do mesmo modo, a falta de uma reflexão sobre tradução e literatura pode agir, inversamente, como a aguarrás, eliminando ou apagando dos textos indígenas essas mesmas características literárias. Serão discutidas traduções próprias e alheias das etnias Guarani Mbyá e Guarani Kaiowá.

Adalberto Müller é escritor, tradutor e professor associado de teoria da literatura na UFF. É Pós-doutor pela Universidade de Yale. Traduziu obras de Francis Ponge, e.e. cummings, Paul Celan e, mais recentemente, a  Poesia Completa de de Emily Dickinson (Editora da UnB e Editora Unicamp, 2. vol.). Preparou, com Douglas Diegues, a edição crítica de Mar Paraguayo (Iluminuras, 2022). Desde 2020 dedica-se ao estudo das línguas Guarani, Mbyá e Kaiowá, e atualmente desenvolve um projeto na FAPERJ (CNE) sobre as relações da literatura brasileira com línguas e culturas tupi-guarani.

BRUNA FRANCHETTO

Traduções que afloram: exercícios das vísceras de uma língua

Traduzimos, sempre, sem parar. Desde que comecei as minhas andanças entre línguas, traduzi, sempre, sem parar. A consciência do que estava fazendo como tradutora amadora foi aflorando ao longo da pesquisa sobre e em torno de uma língua originária até então desconhecida – Kuikuro, família karib – a partir do meu primeiro encontro com ela em 1977. Não me tornei uma tradutora “profissional”, traduzir era preciso, tarefa inevitável: tradução de sons em escrita (alfabética), de palavras de uma língua aglutinativa, de enunciados, de discursos. Outra morfologia, outra gramática, outra semântica, outra pragmática. O trabalho tradutivo foi se tornando objeto de reflexão metalinguística, interlinguística, intralinguística. Camadas de tradução foram se sobrepondo no tempo, numa sucessão sem término, frustrações, sucessos temporários, barreiras do intraduzível. É deste longo processo, em aberto, que trago alguns exercícios de tradução em camadas sem fim, de enunciados a “textos” de artes verbo-musicais (narrativas, discursos cerimoniais, cantos), do interior profundo de uma língua. Os Kuikuro são hoje escritores, transcritores, tradutores. Trabalhamos em regime colaborativo de trocas de conhecimentos, também infindável.

Bruna Franchetto  é professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional e Bolsista PQ Sênior do CNPq. Começou suas pesquisas sobre e em torno da língua Kuikuro, falada pelo povo homônimo do Alto Xingu, em 1977. Outras línguas originárias surgiram no caminho, com suas fonologias, morfologias, sintaxes, semânticas, artes verbais. É coorganizadora do livro Índio não fala só Tupi: uma viagem pelas línguas dos povos originários no Brasil (2020, Editora 7Letras) e coautora do livro Línguas Indígenas e Gramática Universal (2019, Editora Contexto).

ÁLVARO SIQUEIRA FALEIROS

Uma retradução-ñemokandire do Ayvu Rapyta- a cosmopoética tradutória de Adalberto Müller.

Neste estudo refletimos sobre o projeto tradutório de Adalberto Müller para o poema guarani Ayvu Rapyta, à luz de suas reflexões sobre a cosmovisão guarani e comparando-a às traduções brasileiras anteriores feitas a partir dos estudos de León Cadogan.

Álvaro Silveira Faleiros é doutor em Letras pela Universidade de São Paulo e professor titular em Poética da Tradução pela mesma instituição. É bolsista produtividade do CNPq. Poeta e tradutor, tem como principal área de pesquisa a tradução de poesia no Brasil. Seus mais recentes livros de poemas são Caracol de nós e À flor do mal, ambos publicados em 2018 pelo selo Demônio Negro. Como tradutor publicou, entre outros, Feitiços [charmes], de Paul Valéry (com Roberto Zular, Iluminuras, 2020), Caligramas de Guillaume Apollinaire (Ateliê/UnB, 2ed2019) e Um lance de dados, de Mallarmé (Ateliê, 3ed 2023). Como crítico de tradução suas principais publicações são: Perspectivas de la traducción poética en Brasil (México, E1, 2022); Traduções canibais: uma poética xamânica do traduzir (Cultura e Barbárie, 2019), também lançado na Colômbia em 2019, numa coedição Editorial Universidad de Los Andes e Editorial Universidad de Antioquia; A retradução de poetas franceses no Brasil: de Lamartine a Prévert (com Thiago Mattos, Rafael Copetti, 2018) e Traduzir o poema (Ateliê, 2012)

PEDRO DE NIEMEYER CESARINO

Em torno da tradução dos cantos saiti marubo

A apresentação tratará de refletir sobre traduções em andamento de narrativas míticas cantadas (saiti) dos Marubo (falantes de Pano da Terra Indígena Vale do Javari), com as quais tenho trabalhado ao longo dos anos. Buscarei apresentar e discutir novas transcrições em processo de trabalho que deverão compor um segundo volume da antologia de tais narrativas publicadas por mim em 2013. 

Pedro de Niemeyer Cesarino é professor do Departamento de Antropologia da FFLCH/USP. Publicou Oniska – poética do xamanismo na Amazônia (Perspectiva, 2011) e Quando a Terra deixou de falar – cantos da mitologia marubo (Editora 34, 2013), entre outros livros e artigos. É também autor dos livros de ficção Rio Acima (Companhia das Letras, 2016) e A Repetição (Todavia, 2023). 

IAN PACKER

Linjaguar: circulação, poética e tradução de cantos krahô (Brasil central)

Trata-se de apresentar alguns dos critérios que orientam um projeto (em curso) de tradução poética de cantos rituais krahô, povo falante de uma língua Jê e que vive no norte do estado do Tocantins). Apesar de serem bastante concisos, tais cantos colocam uma série de desafios à tradução, em razão da presença de muitas palavras sem sentido, de distorções fonológicas e de outros elementos verbomusicais que opacificam sua compreensão. Seguindo propostas feitas por Jerome Rothenberg e, mais recentemente, por Gontijo Flores & Capilé (2022), proponho por meio da discussão de alguns casos concretos que tais características não devem ser abandonadas, e sim que elas podem ocupar o centro da tradução.

Ian Packer é pós-doutorando do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo. Doutor em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (2020) e pesquisador do GAIA: Núcleo de Estudos dos Povos da Terra (UFES), do Centro de Pesquisa em Etnologia Indígena (UNICAMP) e do Centro de Estudos Ameríndios (USP). Realiza pesquisas nas áreas de etnologia indígena, com ênfase em antropologia linguística, teoria do ritual, poética e tradução das artes verbais ameríndias.

LUCIANA DE OLIVEIRA

A palavra entre mundos

Falaremos da partilha de uma experiência de co-criação do livro bilíngue (Guarani e Português), Ñe’ē Tee Rekove/Palavra Verdadeira Viva, organizado pelo rezador Valdomiro Flores (Ava Apyka Renda Jurua), pela rezadora Tereza Amarília Flores (Kuña Jeguaka Rory) e por Luciana de Oliveira (Kuña Jeguaka Renda), produzido em colaboração com o povo Kaiowá do território retomado de Guaiviry Yvy Pyte Yjere (Mato Grosso do Sul/Brasil). Serão apresentadas algumas das escolhas e negociações intermundos em torno: 1) da transcriação do oral ao escrito; 2) da tradução interlinguística (entre idiomas), interétnica (entre povos e culturas), intersemiótica (entre linguagens e formas expressivas) e o interperspectivo (entre formas de vida); 3) das tensões e dos afetos.

Luciana de Oliveira é pesquisadora-extensionista e professora associada no Departamento de

Comunicação Social e no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG. Tem trabalhado colaborativamente com a comunidade de Guaiviry Yvy Pyte Y Jere desde 2012 em projetos de produção e distribuição cinematográfica, audiovisual, editorial e em redes digitais. É co-organizadora do livro Ñe’ē Tee Rekove/Palavra Verdadeira Viva (2020) junto com o casal de xamãs Valdomiro Flores e Tereza Amarília Flores. É líder do Coletivo de Estudos, Pesquisas Etnográficas e Ação Comunicacional em Contextos de Risco (Corisco).

GUILHERME GONTIJO FLORES

Leitura e comentário da tradução em curso do Auto de São Lourenço a partir do tupi.

Guilherme Gontijo Flores (Brasília, 1984) é poeta, tradutor e professor de latim na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Autor dos poemas de carvão :: capim (2017-2018), Todos os nomes que talvez tivéssemos (2020), Potlatch (2022), Seu dedo é flor de lótus (2023), do romance História de Joia (2019), dos ensaios Algo infiel (2017, com Rodrigo Tadeu Gonçalves, fotos de Rafael Dabul), A mulher ventriloquada (2018), Tradução-Exu (2022, com André Capilé) e Que sabe de si (2023), bem como do livro infanto-juvenil A Mancha (2020, em parceria com Daniel Kondo, com quem também realizou o projeto Coestelário), entre outros. Traduziu autores como Safo, Propércio, Horácio, Rabelais, Robert Burton, Celan, além de ter realizado o experimento de Uma A Outra Tempestade (2022, com André Capilé). Foi coeditor da revista escamandro e é membro do grupo de performance em tradução Pecora Loca.

Arte e Programação Visual (Cartaz): Amanda/Gael Guerrero

Iustrações: Cartaz: Desenho de Armando Cherõpapa Txano (Marubo), retirado do livro Oniska – A poética do xamanismo na Amazônia, de Pedro de Niemeyer Cesarino (Perspectiva, 2011); Outras ilustrações do livro Ñe’ē Tee Rekove/Palavra Verdadeira Viva, organizado por Valdomiro Flores, Tereza Amarília Flores e Luciana de Oliveira (PPGCOM/UFMG, 2020)

contato: adalbertomuller@id.uff.br

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